Dia mundial da criança... Mas Pai todo o ano!




Hoje escrevo sobre algo que me enaltece e me envaidece, a imensa alegria de ser PAI. Sou um Pai como tantos outros, um Pai nem sempre certo nem sempre errado, um Pai cheio de alegrias que são proporcionadas pela minha filha, um Pai com imensos medos de errar e até de falhar redondamente, com medos que fazem de mim um Pai cheio de preocupações. 
 Sou um Pai parecido e ao mesmo tempo diferente dos outros Pais porque não existem Pais iguais!

Desde que a minha filha nasceu, idealizei sonhos e percursos, idealizei métodos e formas de educar, métodos que na maioria das vezes saíram completamente ao contrário dos resultados que eu pensei que seriam possíveis de alcançar. A minha filha é o meu bem mais precioso, e como Pai que me preze, afirmo-o sem preconceitos. Por ela, aceito as maiores prevaricações, é por ela que me “condeno” a aceitar condições de trabalho que de outra forma nunca as consideraria possíveis, é nela que eu penso todos os dias quando acordo com vontade de criar a ruptura profissional, pensamentos que são semelhantes a tantos outros Pais e a tantas outras Mães que vêm no estrangeiro um futuro bem melhor!

Por isso, como tantos outros Pais, só tenho de pedir desculpa à minha filha por não ter coragem de defender os seus interesses. O meu medo de lhe falhar obriga-me a falhar impreterivelmente. Todas as condições a que me subjugo diariamente só a ela condenam. As constantes procuras do cumprimento de exigentes objetivos, os constantes dias de trabalho que fazem com que a nossa paciência se esgote e o stress existente na nossa vida profissional fazem com que cheguemos a casa sem uma réstia de vontade de dispensar tempo aos nossos filhos. Deixámos de olhar para as nossas crianças como crianças e passámos a exigir dos nossos filhos a maturidade de um adulto. A competição que nos é incutida atualmente é de extrema agressividade, estamos constantemente em competição quer seja entre empresas rivais quer seja entre colegas e somente para que possamos atingir (mesmo que não passe disso) a tão desejada “palmadinha nas costas” por parte da nossa hierarquia. As organizações querem sempre mais e mais depressa, exigem dos seus trabalhadores que funcionem como máquinas, ameaçam, extorquem e escravizam os seus trabalhadores sob o famoso e tão desejado pretexto da crise. Gerem a vida dos que criam a riqueza das organizações como “seres sem vida pessoal” e, anulaequilíbrio para a existência motivacional dos trabalhadores, implementando, a “política do medo”.  Os líderes de hoje esqueceram-se que necessitam do respeito das pessoas, pois caso contrário, não é liderar é oprimir! 

Hoje, a maioria dos Pais não é liderada mas sim oprimida, e talvez por esse facto, existam cada vez mais casos de doenças depressivas causadas pelo excessivo esforço profissional e até mesmo pelo péssimo ambiente de trabalho em que estão inseridos. As Organizações assim o pretendem, está instaurada o uso abusivo do “descontrolo”, todos nós, quase sem exceção nos sujeitamos a tais barbaridades na esperança “de nada de mal nos acontecer

Mas a vida passa, e com ela passa o tempo também, e no fim, no final de conta, quem paga são os nossos filhos pois são eles que são privados da nossa companhia, do nosso equilíbrio emocional, da nossa educação e carinho. E isso, é algo que não conseguiremos repor!

Só por isto, aproveito o dia da criança para pedir desculpas à minha filha na esperança que tantos outros Pais peçam também aos seus filhos.

Porque dia da criança não é só no dia 1 de Junho mas sim, porque dia da criança são todos os dias do ano.

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