A novela grega contínua...
Afinal
parece que a novela grega contínua, parece que Varoufakis até tinha razão em
desconfiar dos credores e dos supostos parceiros europeus. Afinal, parece que
todas aquelas acusações “sem nexo nem sentido” do mal comportado ex-ministro
das finanças grego até que eram fundamentadas.
Por incrível que possa parecer, um dos maiores executadores da
austeridade europeia, a Alemanha, teve mesmo um beneficio económico em
perpetuar a crise grega durante todos estes anos (de 2010 a 2015). Um beneficio
que chega mesmo a atingir os 100.000.000.000€ (cem mil milhões de euros) só em
poupança dos juros da sua dívida. Valor de beneficio tão elevado que
continuaria a ser positivo mesmo que a Grécia não pagasse as suas dívidas.
Aliás, estudos apontam mesmo para um sentido inversamente proporcional entre o
bem estar grego e a taxa de juro da divida alemã, ou seja, quanto pior a Grécia
estava menor era a taxa de juro que a Alemanha tinha que suportar pela sua
dívida e, quanto mais estável ficava a Grécia, maior era a taxa com que a
Alemanha se financiava. Esta matemática inversamente benéfica, foi também
favorável a países como os EUA, França e Holanda. Países que viam (apesar de em
menor valor do que na Alemanha) a divida grega como um benefício próprio.
Ora,
se aqueles que decidem beneficiam com o facto da existência de mal estar de um
parceiro europeu, então, obviamente as decisões não podem nunca ser imparciais,
algo que vem dar valor ao mal amado Varoufakis.
Por
outro lado, o estado português vai-se mantendo a reboque da europa, continuando
a acreditar que será o “filho querido” dos parceiros europeus se cumprir todas
as metas exigidas pela TROIKA, BCE e pelo FMI aplicáveis através de imposições
demasiado severas para que uma economia frágil como a nossa possa sequer
sobreviver.
Ouvi
e li de tudo um pouco, que o estado da Grécia era diferente do estado da
economia portuguesa, que a Grécia não pagava porque não queria e até mesmo que
os gregos eram um povo demasiado pouco trabalhador. Coisas que nós ouvimos da
boca dos nossos melhores amigos norte europeus sobre nós, os portugueses.
Somos um povo demasiado esbanjador, vivemos
acima das nossas possibilidades e não sabemos dar valor ao significado do
trabalho. Somos um povo sem rumo e totalmente desgovernado. Somos um país de
Lowcoast e promoções, vendemos todos os nossos ativos ao desbarato a empresas
maioritariamente Chinesas, Angolanas e Norte Europeias. Reduzimos os gastos na
saúde através de cortes transversais e sem adequação, cortou-se a eito tudo
aquilo que se considerou supérfluo e impôs-se aos contribuintes taxas adicionais
para suportar despesas sociais. Contudo, as receitas geradas foram usadas para
não deixar cair BPN’s, BES e BPP’s. Deram-se instruções para as Regiões
Autónomas procederem da mesma forma, e vimos diminuir despesas públicas através
da redução dos orçamentos na saúde e na educação. Medidas que levaram a que
crianças nas escolas almoçassem apenas uma sopa (quando havia) e uma sandes e,
levando a que utentes dos serviços de saúde vissem reduzidos o seu número de
médicos e de enfermeiros prejudicando assim a qualidade e eficiência dos
serviços prestados. Ouvimos várias vezes dizer que estávamos em “tempo de vacas
magras” e que por isso havia a necessidade de racionalizar em todos os serviços
(com exceção do santa clara que se mantém a receber os 2.000.000€ (dois milhões)
pela divulgação do nome Açores por todos os países por onde passe.
Certo
seria a racionalização desses mesmos 2.000.000€ e os canalizasse para a alimentação mais cuidada e preocupada, mas
aí, mexer-se-ia com muitos lobbys que não podem ser mexidos, nem vasculhados.
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