Respeito por quem trabalha!
As
Festas da Madalena tiveram tudo o que uma grande festa exige. Colocaram no
Guiness a maior Chamarrita com 544 “bailadores”, um cartaz de artista do topo
do panorama nacional que vai desde Os Capicua, a Pedro Abrunhosa e incluindo
Mickael Carreira. Uma tenda com dois dos maiores nomes da música eletrónica portuguesa reconhecidos
internacionalmente, Mastiksoul e Diego Miranda, entre tantas outras animações
com que os seus visitantes foram presenteados, como por exemplo, as Marchas
Populares, as provas de Triatlo e de Vólei de Praia, as provas de Vela Ligeira,
de Motonáutica e até de Trial, entre tantas outras animações.
As
ofertas foram deveras imensas, o que permitiu que a sua duração fosse sem
dúvida, vivida intensamente pelas milhares de pessoas que por lá passaram.
Mas
quem também viveu períodos intensos durante as Festas da Madalena, foram os
utentes da transportadora marítima Transmaçor. Períodos que se iniciaram na
véspera de sexta-feira e que levaram ao presente as lembranças de passageiros
frequentes que ficaram atrás no pico para que portadores de bilhetes individuais
passassem à sua frente numa viagem com destino à Horta.
Na
quinta-feira (23 de Julho de 2015) as viagens Horta-Pico encontravam-se quase
esgotadas, e não era só uma viagem, eram as duas viagens habituais da tarde
(17:15 e 18:30 – viagem que segue depois para São Jorge). O pânico estava
instalado, os passageiros frequentes (titulares dos passes), viram-se
confrontados com o facto de lhes poder acontecer o mesmo que já havia
acontecido no passado, ou seja, ficarem atrás, mas agora com uma agravante, as
viagens estavam todas sem exceção a ficar esgotadas! As bilheteiras confirmavam
o impensável, afirmavam que existia uma alínea nas condições gerais que previa
a perda de prioridade dos lugares dos passes para os bilhetes únicos.
Aconselhavam os titulares dos passes, e isto é extremamente incompreensível, a
comprarem um bilhete para garantirem o seu regresso na sexta-feira (24 de Julho
de 2015). Situação que foi prontamente aceite pela maioria, e que face a essa
condição, preferiram gastar mais 3,40€ além dos 95€ mensais, do que a assumir o
risco de ter de dormir no Faial...
Na
própria sexta-feira, as informações permaneciam inalteráveis. A cidade da Horta
parecia uma verdadeira pista de corta-mato, a correria às bilheteira
intensificou-se e antes da 13 horas, corria mesmo o boato de que todas as
viagens estavam esgotadas e que, haviam sido criadas viagens extra mas que
também já se encontravam em fase de esgotamento da sua lotação, e quem ainda
não tinha comprado bilhete, correu de modo a conseguir arranjar ainda um.
Certo,
é que os portadores do passe social (que custa 95€ para andar apenas durante os
dias úteis pelo canal), entraram sem necessidade de bilhete, pois o número de
títulos de transporte à venda já contemplavam uma margem de segurança
equivalente ao número de passes adquiridos no mês de Julho, algo perfeitamente
normal para uma empresa que promove a
venda antecipada de ingressos (passe) e que detém uma gestão eficiente da sua
atividade. O que não é normal, é a falta de informação e formação dada pela
Transmaçor aos seus trabalhadores e que os levem inocentemente a dar conselhos
que possam duplicar os custos aos seus clientes pela utilização de um serviço já pago antecipadamente o que nos
leva mesmo ao ditado popular que “quem
paga adiantado normalmente fica mal servido”.
Estranhamente,
só podemos refletir sobre uma coisa, onde é que fica o respeito da Transmaçor
pelos seus passageiros anuais? Pelos passageiros que com ou sem sazonalidade
adquirem de forma continuada um serviço de transporte que promove obrigatoriamente
a ligação entre ilhas do triângulo?
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