Análise às legislativas 2015

 Os Portugueses de uma forma livre e democrática decidiram no passado domingo dia 04 de outubro permitir que a coligação constituída pelo PSD-CDS, “Portugal À Frente”, tivesse um novo mandato de 4 anos.
Do ponto de vista social, as eleições legislativas deram aso à continuidade da política de austeridade que tem sido prática desde à 4 anos para cá. O medo de existência de algo idêntico à realidade Grega, associado ao facto de uma deficiente gestão de campanha eleitoral por parte do PS, deu origem a que a coligação liderada por Passos Coelho voltasse numa primeira instância a governar o nosso país. Contudo, é importante salientar que a vitória do PSD-CDS com 99 mandatos não é de todo uma vitória garantida, os partidos de esquerda, PS, Bloco de Esquerda, PCP e PAN possuem conjuntamente um total de 122 mandatos, o que em caso de existência de uma  aliança de esquerda podem mesmo fazer derrubar o governo atual de Passos Coelho, aliás, bastará somente uma aliança entre PS e BE para que isso aconteça!

De todos os partidos, o verdadeiro vencedor foi mesmo o Bloco de Esquerda que elegeu 19 deputados face aos 8 deputados eleitos em 2011 tornando-se na terceira maior força partidária nacional (ultrapassando o CDS que obteve 17 deputados).
Contudo, o resultado espelhado nestas eleições, deverá ser estudado e analisado de uma forma minuciosa por todos os agentes políticos do nosso país, não pelo facto de ter sido a coligação PSD-CDS a vencer apesar das continuas políticas de empobrecimento do país, mas sim, pelos números apresentados nestas legislativas serem realmente assustadores!
O verdadeiro problema destas legislativas, que deverá ser analisado minuciosamente, surge com a população que saiu à rua durante 4 anos, que fez manifestações, que espalhou gritos de revolta e de vontade de derrubar o governo, e que é a mesma população que não foi capaz de sair de casa num domingo para exercer o seu «direito» de voto!
Falamos de 43,07% da população inscrita, ou seja, 4.868.614 habitantes que simplesmente não quiseram saber e entregaram o futuro do nosso país às responsabilidades e certezas de “outros”.
Acrescidos a esta “anormalidade” de abstenção (43,07%) somam-se também os cerca de 200.000 portugueses que foram às urnas mas que votaram nulo (1,61%) ou em branco (2,09%). Em boa verdade até aceito os votos em branco pois são portadores de uma mensagem, contudo os nulos simplesmente são isso mesmo, uma verdadeira nulidade!

Ao todo, falamos de 4.264.522 portugueses que desperdiçaram a sua oportunidade de “dizerem” o que pensam, de escolherem aqueles de quem gostam ou simplesmente, de votarem contra aqueles que simplesmente não querem como governo e que lhes causam verdadeiros pesadelos sociais. Se os 9.439.651 portugueses inscritos exercessem a sua “obrigação” cívica, mesmo que votando em branco, teríamos resultados bem diferentes.

Alarmante foram também os resultados obtidos nos Açores, onde “civicamente” atingimos quase 60% de abstenção (58% para ser mais preciso), ou seja, 133.743 de um total de 230.591 habitantes inscritos.


Não podemos simplesmente permitir, tal como tem acontecido até aqui a nível nacional e  especialmente como foi o caso da Açores, que os valores de abstenção sejam de tal grandeza que acabem por ser superiores aos valores das percentagem de participação eleitoral.

O ato eleitoral não é um mero direito, o ato eleitoral é uma obrigação social, política e comunitária e deverá por isso mesmo, ser fomentada a sua “utilização”.


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