Black Fridays da política!
As últimas duas semanas foram verdadeiras
semanas fervorosas. A “indicação” de António Costa e as declarações em
assembleia da deputada Berta Cabral fizeram dos últimos dias verdadeiras “Black Fridays” da política…
“O novo Governo”
A aceitação do novo governo em
detrimento da coligação PàF já todos sabíamos que seria um sapo bem difícil de
engolir, o que não se esperava, é que demorasse tanto tempo para o Presidente
da República perceber a sua realidade e tomar a devida atitude! É certo que
tentou por diversas vezes, aliás, muitas vezes, defender a sua contrariedade
pela questão da inexistência de “garantia de uma governabilidade de esquerda”,
contudo, chegou a um ponto em que mais nada pôde fazer a não ser “indicar”
António Costa como primeiro-ministro.
Mas, se dúvidas houvesse sobre
atual incapacidade de governação por parte da coligação “vencedora” PáF (dado
os número de deputados eleitos), as mesmas deverão ter ficado dissipadas com a
proposta da extinção do exame nacional da 4ª Classe, pois, apesar da totalidade
dos deputados da PàF ter votado contra a sua extinção, a proposta foi mesmo aprovada
pela maioria dos restantes deputados!
O “novo” governo tem agora cerca
de seis meses para demonstrar o que vale, Cavaco Silva ficou “impotente” nesta
matéria e terá de passar a batata quente a Marcelo Rebelo de Sousa em quem o
PSD deposita a grande esperança ( que vença na primeira volta as eleições
presidenciais e que após a sua tomada de posse marque novas eleições para a
assembleia da república).
Do espectro comum, o novo governo
torna-se num governo multicultural e socialmente diversificado. António Costa, chamou
a si quem poderá ter uma sensibilidade mais apurada para a resolução de
diversos problemas, sendo o primeiro governo português que possui ministros invisuais,
de etnia cigana e de etnia negra. Mais global que o governo português só mesmo
o atual governo canadiano, que conseguiu quebrar a barreira social que ligava
os cargos de decisão apenas a determinadas culturas.
“A Declaração da deputada Berta Cabral na Assembleia da República”
“Por mais que insistam, numa maioria negativa neste parlamento, o PSD
ganhou, e a coligação e o CDS-PP ganharam as eleições! Esta é uma verdade irrefutável e que nós temos que reafirmar nesta
assembleia perante todos os portugueses porque é uma questão de justiça e uma
questão de respeito pela vontade maioritária de quem nos elegeu.”
Ao ouvir a intervenção da
deputada Berta Cabral em resposta à deputada Mariana Mortágua, surgiu-me logo
uma primeira dúvida, será que a irrefutabilidade desta intervenção é do mesmo
“calibre” que a irrevogabilidade do pedido de demissão de Paulo Portas ao cargo
de ministro dos negócios estrangeiros, ou, será que a deputada Berta Cabral
também não sabe que nas eleições não existem partidos vencedores mas sim
deputados eleitos que constituem governos (...)
Na mesma intervenção, a deputada Berta
Cabral, insurge-se como defensora do “mais
alto magistrado da nação”. Do magistrado que durante quatro anos inteiros
se manteve impávido e sereno e se manteve à margem de todos os acontecimentos
que mereceriam a sua imparcial intervenção. Nem mesmo, quando os tribunais
constitucionais invocavam a inconstitucionalidade das políticas adotadas pela
coligação se ouviu qualquer som por parte do “mais alto magistrado da nação”. E mesmo sem se ouvir nada ofensivo ou
difamatório, a deputada tomou as dores do Presidente da República. Contudo, se e
a deputada e toda a bancada da coligação do PSD/CDS-PP se tivesse insurgido da
mesma maneira que agora se insurgiram para defender o Presidente da República,
quando o governo atacou deliberadamente os nossos reformados e pensionistas da
classe económica mais baixa, possivelmente, não teríamos hoje um nível de
pobreza nessa faixa etária tão elevada, possivelmente, não teríamos hoje
reformados e pensionistas sem capacidade económica para aquisição de
medicamentos, possivelmente, hoje não teríamos idosos a passar fome e a
procurar de forma ativa o seu alimento nos lixos dos espaços de restauração!
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