Somos muito mais do que aquilo que nos quiseram fazer ser!

Se dúvidas houvesse, as mesmas ficaram dissipadas com os recentes rescaldos da União Europeia (que tal como tenho vindo a referir) que de união tem muito pouco!  Nos últimos quatro anos, fomos constantemente chamados à atenção, fomos os maus alunos, os esbanjadores e “calões”, fomos apelidados de todos os sinónimos possíveis de negativismo. As empresas portuguesas foram crucificadas, chamadas de pouco inovadoras, foram obrigadas a fechar portas em prol da “concorrência” liberal europeia.
Hoje, afinal, não fomos tão maus assim!

Da Alemanha saíram os mais graves casos, os casos do grupo Volkswagen (falsificação de dados relativos à emissão de gases poluentes que propositadamente disfarçavam os níveis de poluição até 40 vezes o máximo permitido) e o caso Deutsche Bank (que se arrisca a ser o próximo Lehman Brothers, com prejuízos de 6 mil milhões euros e 65 TRILIÕES de euros acumulados em derivados, ou seja, qualquer coisa como 20 vezes o PIB alemão).

Se alargarmos os horizontes da nossa vista e passarmos a olhar também para os casos dos refugiados ( e consequentemente o fecho do espaço Schengen) e da última novela chamada Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) percebemos que afinal de contas a Europa esta presa com uma fita-cola de muito fraca qualidade!

No caso de Portugal, temos então o “slogan” que o PSD tem utilizado sobre os “chumbos da Comissão Europeia” ao atual Orçamento de Estado. Estranhamente, ou não, é o facto do PSD se esquecer que desde que a austeridade foi instaurada em Portugal, todos os Orçamentos de Estado têm sido alvo de “chumbos” ou de negociações com a Comissão Europeia, e permitam-me salientar o facto, TODOS.

Não nos podemos ludibriar pelos “pequenos” resultados que nos são apresentados em época de eleições. Portugal, para sobreviver, esta atualmente ligado a uma máquina e não é com as políticas que temos vindo a “concretizar” que nos vamos desligar de uma forma saudável.
É preciso mais, muito mais. E se me questionarem se as receitas que agora o atual governo quer aplicar vão resultar, sinceramente não sei! O que sei, é que as políticas que estavam a ser seguidas não resultaram, e que bater com a cabeça muitas vezes sobre o mesmo problema não quer dizer que o resolva!

O mesmo conceito pode ser usado nesta ilha tantas vezes esquecida por quem de direito! A austeridade aplicada como meio de salvação tende a endividar cada vez mais os seus concelhos, tende a tornar as suas populações cada vez mais envelhecidas e faz dos jovens que teimam em cá permanecer uns verdadeiros combatentes (o futuro que lhes é apresentado é nublado, é negro e sem incentivos para a sua vivência).

Mas, a mudança global começa sempre com pequenas mudanças nos nossos “pequenos jardins”, através de uma luta que é diária e constante. E nesse sentido, não podemos baixar os braços e aceitar aquilo em que não acreditamos mas que sistematicamente nos querem obrigar a acreditar! É preciso, seja de que forma for, exigir que aquilo em que acreditamos seja pelo menos motivo de uma abordagem ou de uma análise!


Não porque somos um povo “sonhador”, mas sim, porque nós somos muito mais do que aquilo que nos quiseram fazer parecer ser durante os últimos 4 anos!

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