Com a Azores Airlines nem bom vento nem bom casamento (…)
Mudam-se os nomes mas os
problemas persistem, e é impressionante a capacidade que esta companhia aérea
tem em virar a cara à realidade e arremessar areia para os olhos de todos nós.
Apesar do momento crucial em
torno do investimento associado à melhoria de um dos aeroportos do triângulo,
continuamos confrontados com um problema de maior natureza, a triste realidade
do serviço que Azores Airlines continua a prestar junto dos seus passageiros de
algumas ilhas.
O problema em torno desta
companhia aérea não são os raros imprevistos, mas sim, os constantes imprevistos que já começam a ser o quotidiano de quem
viaja. A desculpa é sempre a mesma, «Imprevistos
Técnicos».
Mas imprevistos são isso mesmo, apenas
imprevistos, algo casual ou inesperado, algo sem previsão de acontecer, e no
caso da Azores Airlines, os imprevistos devem começar a ser entendidos como
algo que não foi devidamente precavido “por alguém”. Seja “esse alguém”, quem
quer que seja!
O contínuo declínio do serviço da
Azores Airlines começa a ser desesperante, não só para quem viaja em modo inter
ilhas mas também para aqueles que têm a “ousadia” de visitar as ilhas do triângulo.
Os atrasos são constantes, e o
acompanhamento dos passageiros em voos atrasados é de todo inexistente, sem
informações plausíveis e atempadas e sem qualquer apoio logístico decente conforme estabelecido para atrasos superiores a duas horas.
No fundo, trata-se de uma
miserável imagem de entrada e saída das ilhas do triângulo. Trata-se de um
verdadeiro atentado à estratégia turística que estas ilhas promovem e à
integridade económica e social de quem aqui habita!
Mas o “ofensiva” continua, e os horários são também prova disso. O
aeroporto dos açores que apresentou a maior taxa de crescimento percentual em
número de passageiros, o Aeroporto do Pico, tem em horário de inverno apenas disponibilizados
dois voos diretos por semana, um ao sábado às 14h25m e outro à segunda-feira às
10h25m. O aeroporto do Faial tem disponibilizado quatro voos diretos, à
terça-feira às 14h50m, à quarta-feira às 10h30m, à sexta-feira às 14h50m e ao
domingo às 10h30m. São ao todo seis voos diretos entre as Ilhas do triângulo e
Lisboa que acabam por não ter um impacto significativo, ou o efeito desejado
na vida dos seus residentes, e mesmo querendo nós, associar os dois aeroportos,
a verdade é que a conjugação dos seus horários é quase impossível.
Os voos mais apetecíveis são os
horários compatíveis com os horários profissionais, como o de sexta-feira à
tarde (com saída pela Horta às 18h30m e pelo Pico às 17h25m), mas que
estranhamente têm sempre o condão do “beija-mão” no aeroporto João Paulo II.
É percetível e compreensível que
o somatório dos voos do aeroporto do Faial e do Pico sejam substancialmente
menores que os voos do aeroporto de São Miguel, ninguém deverá no seu bom senso
por isso em causa, o que podemos efetivamente colocar em causa é a forma e a
disponibilidade dos voos que nos são apresentados.
Por que motivo não podem os horários
dos aeroportos do Pico e do Faial serem compatíveis? Por que motivo, têm os
horários de ser a horas que não demonstram qualquer vontade de fomentar os
voos nestas ilhas?
Porque é que não posso ter um voo
direto do Pico ou do Faial ao final de uma sexta-feira e um voo a um domingo à tarde?
Sim, eu gostava imenso de ter um
voo direto às 19 horas com destino a Lisboa (seja pelo Pico seja pelo Faial) e
gostava também de ter um voo a um domingo à tarde que me permitisse apanhar a
última lancha para casa (seja ela Madalena-Horta ou Horta-Madalena).
E se alguém prefere viajar de
manhã, teria um voo no aeroporto complementar ao sábado de manha e não
às 14h25m …
No fundo, torna-se imperial um reajustamento dos horários em função dos benefícios que podem ser
dados a todos os seus utilizadores. Criando inclusive, a abertura para uma das
maiores pérolas do turismo, «o Turismo de fim de semana».
A
continuidade do beija-mão ao aeroporto de São Miguel nos voos em “horário
nobre” faz com que «o Turismo de fim de semana» nestas ilhas torne-se assim
novamente inacessível. O “pequeno desvio” a São Miguel retira mais 20% do tempo
útil que quem viaja dispõe, e se somarmos as horas efetivas de voo e de
permanência nos aeroportos, chegamos mesmo a valores aproximados de 35% de
tempo perdido, e quando olhamos para horas úteis reais, as percentagens ficam
ainda mais assustadoras. As fantásticas “escapadinhas” de dois dias que
poderiam ser exploradas economicamente pelos vários agentes de turismo, e que serviriam para o
incremento do turismo de inverno, esfumaçam-se e fazem permanecer as dúvidas
generalizadas de quem habita nestas ilhas, afinal, a quem é que os horários dos
voos diretos realmente beneficiam?
não vivo aí ,mas tenho família nas duas ilhas
ResponderEliminarsubscrevo totalmente.
na minha humilde opinião, não existe o "aeroporto" do Pico e o "aeroporto" da Horta; existe UM aeroporto do Triângulo, que tem duas pistas (que são complementares) e dois terminais; qualquer assimetria de um lado provocará danos nesta (tão) benéfica complementaridade.
Tem que se abrir os olhos a quem de direito!
Afinal a Sata é "regional" (Açores) ou não?
Muito obrigado pelo seu comentário.
EliminarSim, efetivamente estas ilhas têm de olhar para o acesso de forma complementar e não pela forma concorrencial. Pode soar estranho, mas é somente através da complementaridade e da cooperação entre os dois aeroportos que se pode aumentar a qualidade de acesso a estas ilhas.
Mais uma vez, obrigado pela sua opinião.