Atlânticoline, uma opinião sincera!

Nos últimos meses, centrámos (e bem), as atenções para a “luta” das melhorias técnicas do Aeroporto do Pico. Através das mais variadas formas, fomos chamando à razão os vários decisores sobre este frágil tema e sempre na esperança que as nossas palavras possam ser “ouvidas” e tidas em atenção aquando da tomada de decisão. Mas, no “meandro” desta incessante luta, não podemos nem devemos tão pouco descurar outras frentes que tanto transtorno causa a quem vive no Pico. Falo obviamente das ligações «marítimas do canal».

A «Linha Azul», que liga a Horta à Madalena, está mais que percebida, entendida e assimilada. Está definida e não vale muito a pena falar mais sobre isso… Agora, podemos e devemos centrar a questão na ligação denominada de «Linha Verde», e que segundo a Atlânticoline tem a função de ligar a Horta às Velas, mesmo sabendo nós antemão que o propósito “forte” dessa ligação marítima é o transporte de passageiros entre as Velas e São Roque. Devido a decisões exógenas ao Pico e a São Jorge, todos os navios têm de “dormir” no porto da Horta, acabando assim por criar uma rota de retorno do Cais do Pico para a Horta que é praticada usualmente sem passageiros. Mas, se assim é, e dada a “obrigatoriedade” de regresso ao Faial, por que motivo não pode esta linha ser usada como complemento à «Linha Azul» através da criação de mais um ponto de paragem no porto da Madalena durante o trajeto Horta – Cais do Pico – Velas – Cais do Pico – Horta.
Do ponto de vista económico-social, ficamos com a perceção de uma inadequada utilização dos recursos atualmente disponíveis, pois os horários atuais apesar de não só não serem complementares acabam por vezes por ser sobrepostos (como é o caso por exemplo do horário de Sábado em que a viagem Madalena – Horta da «Linha Azul» realiza-se às 18h00m e a mesma viagem pela «Linha Verde» realiza-se às 18h35m).
A uniformização dos horários da «Linha Verde» como complemento da «Linha Azul» e com o acrescento de mais uma “paragem” no porto da Madalena, deveria ser um modelo que poderia ser estudado e que deveria ser tomado em especial atenção, uma vez que permitiria uma melhoria na oferta do transporte marítimo de passageiros sem aumentar os custos operacionais.
Falamos que diariamente centenas de passageiros deslocam-se entre o “canal”, não propriamente em lazer, mas especialmente por questões profissionais, de saúde e até mesmo de gravidez. Pessoas, a quem o alargamento da disponibilidade de viagens seria efetivamente um bem maior.
Acrescido a esta questão, está também o facto de já não ser a primeira vez que se verifica a realização de um desdobramento da viagem para a Madalena pelo facto do Navio estar completamente cheio, quando, momentos anteriores, a viagem com destino a São Jorge e paragem em São Roque ia completamente vazia por não fazer uma “escala” na Madalena.
É importante entender que a solução a esta questão não passa de forma nenhuma em transferir o itinerário todo para a Madalena em detrimento de São Roque, muito pelo contrário, como referido anteriormente, o propósito maior da «Linha Verde» é o transporte de passageiros entre São Roque e as Velas, pelo que nunca, em circunstância alguma, esta ligação possa ou deva ser removida, antes pelo contrário, com esta possibilidade de “dupla escala” no Pico, a oferta Cais do Pico – Velas passaria assim a ser diária.
O busílis da questão aqui apresentada nem está intimamente ligado com um aumento do número de viagens entre o Pico e o Faial, mas sim, em adequar eficientemente as viagens já existentes às necessidades de todos os seus utilizadores, situação que poderia mesmo vir a ser fortemente compensada pela sinergia de custos/beneficio que daí seria possível de aproveitar.
 O transporte marítimo do canal tem de ser visto como um “bem de primeira necessidade” para quem habita no Pico. O seu uso é obrigatório pois está intimamente ligado com o Hospital, com o transporte aéreo de passageiros e com a maior das maravilhas da natureza, o nascimento! Torna-se imprescindível por isso mesmo, e acima de tudo, tentar perceber e entender de que forma podem os serviços prestados serem maximizados em prol dos seus utilizadores promovendo assim, a “cooperação” entre as ilhas que tanto se discute nos dias de hoje.

Por isso, nesta época natalícia, o meu pedido de natal é que ao menos os agentes decisores se predisponham a analisar e a estudar o impacto económico-social desta alternativa agora apresentada.

Fonte: http://www.jornalacores9.net/

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