Transmaçor | Atlânticoline - Uma balança desequilibrada entre Ilhas
Há uns
meses atrás enquanto se discutia| defendia o investimento para a ampliação das
condições de operacionalidade do aeroporto da Ilha do Pico, foram várias as
vozes que se levantaram contra não propriamente a questão do investimento ser
no Pico, mas sim, pelo possível “desinvestimento” do aeroporto do Faial.
Se bem analisado, temos de
concordar que todos, quer individualmente quer em conjunto, devemos lutar pelas
melhorias constantes das nossas infraestruturas e pelos serviços públicos que nos
estão associados às mesmas. No fundo, são essas infraestruturas quer físicas
quer pessoais que acabam por nos disponibilizar os serviços públicos de que
necessitamos.
Um dos pilares da nossa
constituição é o direito de termos condições iguais, independentemente do
território em que possamos habitar (artigo 13º da Constituição da República -
Principio da Igualdade), e cabe ao Estado promover a igualdade real entre todos
os portugueses, bem como, a efetivação dos direitos sociais mediante a
transformação e modernização das estruturas sociais (Artigo 9º ponto d da
Constituição da República – Tarefas fundamentais do Estado).
Mas esta questão não pode ser
aplicada apenas ao investimento do aeroporto, tem de ser “levantada” para todos
os serviços públicos, temos de olhar ao nosso redor e analisar todos os
serviços públicos que nos estão associados, e a Transmaçor | Atlânticoline, não
pode fugir a esta abordagem dos princípios atrás invocados.
Várias são as “reclamações
populares” sobre a insatisfação dos horários que se praticam por esta empresa,
horários que não servem a população de São Jorge e que tendem a ser por vezes
incompatíveis com a necessidade dos Picarotos. Sim, também é verdade que nem
sempre se consegue agradar a todos os utilizadores dos serviços públicos, mas
mesmo assim convém sempre tentarmos melhorar. E foi isso que a Transmaçor |
Atlânticoline fez e bem …
Com a cada vez maior discussão
dos voos para o Aeroporto do Pico, principalmente os voos diretos, a Transmaçor
| Atlânticoline emitiu um comunicado a anunciar a alteração da viagem de sábado
entre a Madalena e a Horta, passando esta, a ser realizada às 15 horas em vez
das 14 horas habituais. Desta forma, as viagens da Transmaçor | Atlânticoline
passam a ser compatíveis com o horário da Sata | Azoresairlines para os voos
diretos entre Lisboa e o Pico, o que permite a quem reside no Faial, poder
deslocar-se durante o seu trajeto sem interrupções.
A preocupação demonstrada por
esta empresa (Transmaçor | Atlânticoline) para com os seus passageiros é de
louvar, pena é, que essa mesma preocupação tenha ficado apenas num único
sentido, o sentido da direção do Faial. No mesmo propósito do louvar da
preocupação demonstrada anteriormente, seria de se esperar uma preocupação também
por quem reside no Pico (e com a devida precaução excluo agora São Jorge uma
vez que a ligação aérea é feita preferencialmente pela Ilha Terceira) aquando
das ligações aéreas (diretas) entre Lisboa e Faial. Na mesma medida, um
residente do Pico que apanhe o voo direto de terça-feira, tem de esperar cerca
de 3 horas para continuar a sua ligação até ao seu destino final, isto porque a
Sata | Azoresairlines aterra às 14 horas e só às 17 horas e 15 minutos é que a Transmaçor
| Atlânticoline faz a viagem seguinte.
Mas não só de voos diretos se
vive essa “desigualdade de preocupações”, a própria necessidade de recorrer ao
Hospital é também ele um verdadeiro «lufa lufa», uma verdadeira “ode” às
maratonas olímpicas. Falamos de apenas 4 horas entre o desembarque da lancha, a
deslocação ao hospital, a consulta e o regresso e respetivo embarque na lancha.
E note-se que o mais comum, é não ser-se capaz de fazer isso tudo nesse período
temporal, obrigando aqueles que necessitaram de recorrer ao Hospital a ter de permanecer
no Faial até ser possível apanhar a lancha de regresso, ou seja, a das 17 horas
e 15 minutos.
É óbvio que não se quer por em causa o não cumprimento do artigo 13º (Principio da Igualdade) e do artigo
9º (Tarefas fundamentais do Estado) da Constituição da República por parte da Transmaçor
| Atlânticoline, no que compete às suas obrigações públicas. O que se estranha,
é a balança do bom senso que se deve louvar pelas atitudes desta empresa esbarrarem no “prato” que é devido à
Ilha do Pico.
Comentários
Enviar um comentário