Aeroporto do Pico: Pico recomenda-se!

Segundo o boletim estatístico da SREA, o aeroporto do Pico continua a afundar-se no número de passageiros quando comparado com os resultados apresentados em 2016. O mês de Junho volta a ser um mês crítico e apresenta novamente uma queda no número total de passageiros. Desta vez, a quebra é de valores próximos dos 1,7% face a junho de 2016 e desde de Janeiro de 2017 o aeroporto do Pico conta já com quatro meses de variações negativas.
Mas quais os motivos que têm levado a esta quebra?


Quando analisamos de forma mais precisa os números dos boletins estatísticos, verificamos que à primeira vista, os «passageiros em trânsito» são por si só um fator importante a ter em atenção, pois representam aproximadamente entre os 2,63% e 7,60% dos passageiros totais apresentados nesses mesmos boletins.

Nesse sentido, se excluirmos os passageiros em trânsito e contabilizarmos apenas os passageiros que tinham como destino o Pico, isto é, os passageiros desembarcados e embarcados constatamos que o aeroporto do Pico passa automaticamente não só dos quatro meses para os dois meses de variações negativas como também aumenta substancialmente a sua taxa de crescimento nos restantes meses.


Por outro lado, importa também referir que nem todos os valores de 2016 são por si só comparáveis com os valores de 2017, pois mesmo apesar de falarmos do mesmo aeroporto, a verdade é que existiram em 2016 operações internacionais que hoje já não existem, e aqui falamos obviamente da operação TUI.
Nesse sentido, e de forma a aproximar o mais possível as realidades a estudar, procedemos à analise da TUI no aeroporto do Pico.
De forma simplificada, podemos verificar que durante os meses de Abril, Maio e Junho, a TUI foi responsável por cerca 2,23%, 4,80% e 4,65% do total dos passageiros do aeroporto do Pico. Ora, se excluirmos os passageiros da TUI durante os meses de Abril, Maio e Junho de 2016, o aeroporto do Pico passa a obter um crescimento de 19,04% em Abril, um decréscimo de 4,21% em Maio e um crescimento de 3,04% em Junho.



Aqui, conseguimos já verificar que na comparação com realidades idênticas existe um crescimento dos resultados, o que significa que a relação dos voos internacionais com o número de passageiros é positiva, ou seja, que o aumento dos voos afeta na mesma proporção o número de passageiros.
Mas abordemos estas duas análises individuais (peso dos passageiros em trânsito e a operação TUI) de uma forma conjunta.
De certa forma, uma análise conjunta destas duas abordagens permite-nos saber se o destino Pico está a crescer ou a decrescer, e aqui, é importante ter também em atenção as externalidades que sucederam durante os meses abordados e dos “imprevistos” que foram anteriormente analisadas no estudo «Crise no aeroporto do Pico?» e que foi publicada 14 de Junho deste mesmo ano.



Tal como referido no estudo «Crise no aeroporto do Pico?», o Pico teve em Maio de 2017 menos 7% dos voos do mesmo mês em 2016, o que significa que tem uma margem de erro superior à margem real de decréscimo, o que permite uma estimativa de crescimento em 1,85% se não tivesse havido qualquer imprevisto.
   
Esperemos agora que não aconteçam “imprevistos” com os novos voos que se encontram programados e que as alterações do Dash 200 para o Dash 400 venham efetivamente a refletir o que temos vindo sistematicamente a dizer, que o Pico não só está vivo como acima de tudo, recomenda-se!

Comentários

  1. Parabéns pela análise — mostram como o Pico efetivamente continua a registar uma grande procura!
    Haja saúde!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário