Museu dos Baleeiros: Exposição "Mãos com Arte"


O Museu dos Baleeiros inaugurou ontem, quarta-feira dia 02 de Agosto de 2017, a exposição “Mãos com Arte”. Esta exposição tem como propósito dar a conhecer uma mostra da arte baleeira de artesãos do Pico em osso e dente de cachalote, arte também designada por “Scrimshaw”.

Esta manifestação artística tradicionalmente ligada à atividade da baleação, teve inicio no século XIX nas frotas baleeiras norte-americanas.




De acordo com o Museu Scimshaw, estima-se que a mesma tivesse nascido a bordo das baleeiras de Nova Inglaterra como uma forma de ocupar o tempo durante as longas horas de lazer a bordo dos navios. Os vários tipos de objetos eram feitos usualmente como lembranças para familiares e ornamentados através das suas “memórias de terra”.

No Pico, a caça à baleia dava-se junto à costa arreando os botes após o aviso de baleia o que originou que o “Scrimshaw” se desenvolvesse em terra pelas mãos de artistas quer eles fossem baleeiros ou não. Artistas que foram passando as suas técnicas de geração em geração.
Hoje, em fase final da Candidatura da Vila Baleeira a Património Mundial da Unesco (data estimada da entrega da candidatura a acontecer no primeiro trimestre de 2018), o Museu do Pico, através do Museu do Baleeiros, decidiu homenagear onze artesãos ainda vivos da ilha do Pico através da exposição das suas obras mais emblemáticas que vão mantendo a cultura baleeira ainda viva.


Artesãos homenageados:


Eduardo Sousa
(12/05/1953)

Natural de Vila do Porto, Santa Maria, é um dos últimos baleeiros da Ilha do Pico. Dedicou-se a temas do universo marinho e à criação de adornos femininos.
Carlos Machado (25/12/1959)
Natural de Viseu. Foi no Faial e no Pico que se dedicou ao trabalho de gravação de retratos em marfim e osso mandibular de cachalote.
Camilo Costa (27/03/1968)
Natural das Lajes do Pico, é um dos artesãos mais versáteis e com obras diversificadas, sendo a sua especialização o trabalho escultórico. Vencedor de um 1º prémio em feira de artesanato nacional.
Carlos Ávila (09/08/1950)
Natural das Lajes do Pico, assume a sua preferência em trabalho escultórico em marfim e osso mandibular de cachalote, sendo a sua temática fortemente inspirada no universo marinho.
Daniel Martiniano (30/05/1954)
Natural das Lajes do Pico, é um dos últimos baleeiros da Ilha do Pico dedicando-se principalmente ao trabalho escultórico e adornos femininos em marfim e osso mandibular de cachalote.
José Barreto (01/01/1941)
Natural das Lajes do Pico, dedicou-se quase exclusivamente ao trabalho escultórico, e adornos femininos com temas do universo marinho.
Osvaldo Inácio (01/03/1957)
Natural das Lajes do Pico dedicou-se ao trabalho escultórico e à gravação, em marfim e osso mandibular de cachalote, sobretudo em temas do universo marinho e adornos femininos.
Manuel Gonçalves (07/10/1947)
Natural de São João, Ilha do Pico, dedicou-se ao trabalho escultórico e à gravação, em marfim e osso mandibular de cachalote. O seu espólio é vasto e diversificado. Já participou em vários concursos nacionais e internacionais tendo sido galardoado por diversas vezes.
António Vicente (26/03/1948)
Natural das Lajes do Pico, dedicou-se quase exclusivamente ao trabalho escultórico em marfim e osso mandibular de cachalote, sobre temas do universo marinho e adornos femininos.
Fátima Madruga (13/05/1955)
Natural de Santa Luzia, Ilha do Pico, dedicou-se quase exclusivamente à gravação e ao retracto sobre o imaginário baleeiro, em marfim e osso mandibular de cachalote.

Nota:

Atualmente, dada a escassez de dentes, marfim e osso mandibular de cachalotes, os artesãos vão mantendo viva a arte de “Scrimshaw” através do uso de marfim vegetal.

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