Ajudem-me, preciso de ir ao Faial!
Ir à
ilha vizinha é cada vez mais complicado, e não bastava ser o facto da
deslocação para a maioria das pessoas estar “por norma” associada a questões de
obrigatoriedade, tal como a saúde, trabalho ou legais, agora existe o impacto
da “reestruturação” urbanística da Madalena para complicar cada vez mais a
viagem.
Para
quem reside na Madalena, esta linha de pensamento pode até não fazer muito
sentido, mas quem se vê obrigado a deslocar em viatura própria para o cais,
esta será certamente uma realidade, quiçá, indesejavelmente verdadeira.
Falo,
quase que de uma forma óbvia, dos estacionamentos públicos que se tornam cada
vez mais escassos e complicados de se encontrar naquele que é o único acesso
para a ilha vizinha (Faial). É que para além dos estacionamentos do parque da
Gare Marítima serem substancialmente reduzidos, ainda se encontram ocupados com
viaturas paradas à mais de um ano, servindo também de parque para as viaturas
associadas a empresas de Rent-a-car que lá se encontram à espera de serem
entregues (e não me refiro a turista que lá estacionaram, mas sim, de viaturas
às quais já vi estarem a fazer contratos de aluguer).
Acrescido
a isto, temos também os parques destinados exclusivamente a atividades
turístico marítimas, a empresas de rent-a-car e a tantas outras atividades
comerciais, sendo que os estacionamentos destinados ao “público em geral” são
aqueles, que infelizmente, mais têm sido destruídos.
É
certo que muitos dos lugares onde se estacionava não eram propriamente
“parques”, mas a verdade, é que muitos desses lugares serviam a população de
toda a ilha como uma lufada de ar fresco para quem vinha de zonas distantes da
ilha, e que acabavam muitas das vezes por estacionar junto ao cais velho ou mesmo na rampa que
agora serve de “multiuso”.
É
que hoje, para se conseguir um lugar de estacionamento, por exemplo para a
primeira lancha (08:15), tem-se que chegar à gare quase às 07:30 sob pena de não termos
um lugar de fácil acessibilidade, o que significa que para os habitantes da
Ribeirinha, é “obrigatório” terem de sair de casa perto das 06:30 para poderem
conseguir estacionar.
Sim, é também verdade que trabalhar no Faial e morar no Pico é realmente uma opção, e sempre ouvi dizer que o que se faz
por gosto não cansa, mas a deslocação ao Hospital já é uma obrigação, e como
tal, uma verdadeira necessidade para os mais de 14.000 habitantes que diariamente se vêm
necessitados dessa suposta acessibilidade.
Mas infelizmente, vê-se cada vez mais um “favorecimento” para o sector do turismo
em detrimento dos simples utilizadores particulares, e um dos significados do
turismo sustentável que tanto apregoamos e queremos implementar, é que o turismo não pode nem deve
causar “prejuízo” aos habitantes nativos do local que se pretende explorar. E, não quero com isto dizer que não se deve incentivar ou apoiar as atividades sazonais,
muito pelo contrário, mas digo apenas, que se deve ter “alguma” preocupação com os
restantes utilizadores que vivem o ano inteiro nesta Ilha!
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